quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Justiça para justiça


Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior

cartaxoarrudajr@gmail.com

memorialista



A opinião pública julga falcatruas dos governantes e parlamentares. Há indignação com vícios do nosso sistema político. O abuso do poder econômico deteriora as escolhas eleitorais, fragilizando a democracia representativa.
Essa realidade tem adubado o debate da Reforma Política, com reflexões acerca dos infortúnios e mazelas que permeiam os interesses privados na esfera pública. Dentre os poderes da república, a justiça sempre resistiu a claridade do olhar público. Os labirintos dos tribunais ainda são inacessíveis ao povo e o que acontece em seus umbrais são coisas, muitas vezes, nebulosas, cheirando a negociações espúrias e danosas.
A ministra Eliane Calmon, corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tem rasgado o véu do silêncio e denunciado a existência de esquemas de corrupção, chegando a cunhar um conceito peculiar para designar o fenômeno: bandido togado.
A resistência corporativa tenta encobrir os pecados que dilaceram a credibilidade da justiça. O CNJ tem sido a única instância de controle sobre o comportamento criminoso de juízes, com o mínimo de isenção, mas ainda com poucos recursos de punibilidade. A ousadia de tentar fazer cumprir o seu papel, identificando juízes e esquemas de corrupção, despertou a insurreição das forças medievais que dominam o Poder Judiciário. Descaradamente, tentam destruir a instância de controle e contenção das irregularidades e do jogo impune de propinas e interesses que transformam parte da justiça brasileira num balcão de negociatas.
Até a Igreja se curvou diante dos desvios éticos e morais dos seus servos de Deus. A pedofilia que recai sobre o manto sagrado da batina não são mais ocultadas. A Igreja se modernizou e já respira os ares do século XXI, punindo seus erros. O Judiciário quer pairar acima do bem e do mal; não quer que se faça justiça sobre os escândalos que rondam os tribunais, transformando agentes de justiça em mafiosos de toga. O manto preto da impunidade dos juízes e seus esquemas organizados de enriquecimento ilícito, talvez seja o lado mais obscuro a comprometer a saúde da democracia brasileira.
Há quadrilhas atuando sob a sombra da toga e o tráfico de influência contamina todos os poderes. É comum a venalidade do juízo jurídico, o jogo de chantagem e o enriquecimento ilícito do crime organizado de colarinho branco. Isso faz desabar e destruir a justiça brasileira, minando as bases institucionais da sociedade democrática que se quer implantar e consolidar.
Devemos lamentar que parte da justiça brasileira atue de mãos dadas com o crime organizado, vivendo em feudos intocáveis e sendo remunerada com salários de sultão. Dizem que aplicam golpes sem pudores, com a desenvoltura de gatos noturnos em sua larapia arrogância, crentes na impunidade eterna. Devemos fortalecer e democratizar o CNJ, antes que a máfia destrua suas células éticas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

“As filhas do Mota são igual homem”


Essa frase foi proferida por um amigo da família no dia do casamento da minha irmã em conversa com o noivo. Rimos bastante quando meu cunhado nos contou e hoje mais do que nunca vejo como são verdadeiras essas palavras.
Ultimamente tenho me dedicado mais as questões feministas e tenho refletido sobre a importância do meu pai no alicerce da mulher autônoma e empoderada (igual homem) que julgo ser.
Homem do campo, de pouca escolaridade, porém autodidata e sábio, meu pai é a maior figura de discurso machista e de prática feminista que conheço.
Jorge Mota sempre foi grande companheiro da esposa a quem sempre apoiou em todas aspirações e nunca cobrou as obrigações de dona-de-casa tão culturalmente esperadas das mulheres.
Pai de quatro filhos (dois homens e duas mulheres), jamais os submeteu a castigos físicos e sempre tratou a todos com igualdade. A obrigação era estudar, se graduar e trabalhar para conquistar autonomia.
Qualquer tentativa dos filhos homens em interferir na vida das irmãs era rechaçada firmemente. Moramos alguns anos juntos em Fortaleza sem a presença de nossos pais e por maior que fosse o conflito no calor das discussões de adolescentes e jovens, jamais nenhum irmão ousou levantar a mão para mim ou minha irmã.
Dos quatro fui a primeira a casar e tive duas filhas. Meu marido foi um grande companheiro e jamais me podou ou subjugou. Após 6 anos de casada ele teve um problema de saúde e virou um filho excepcional.
Após essa fatalidade, tive de fortalecer cada vez mais a feminista que vive em mim. Passei a ser a chefe da família (com uma filha de 5 anos, outra de 2 anos e um bebezão que não cresce e só regride) e com o apoio da minha família e da família dele conquistei meu espaço de mulher, mãe, profissional, ativista ... enfim como diz Milton Nascimento: “... uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...”
Nessas datas pontuais de combate ao machismo e a violência contra a mulher agradeço muito a meu pai por não me tornar vulnerável a tudo isso e as minhas filhas que hoje jovens, são libertárias e guerreiras.
Oxalá todas as mulheres do mundo tenham no seio familiar a força para lutar contra a opressão do machismo!

Quem ama abraça clipe musical

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Som Brasil - Gonzaguinha - Eu Apenas Queria Que Você Soubess

Simone e as Chicas numa interpretação belíssima. Mulheres maravilhosas dando um show de talento. E a letra nem se fala, nosso Gonzaguinha como sempre, inspiradíssimo!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Renascimento do Parto - Promocional

Recebi do meu queridíssimo amigo, Dr. Aluizio Soares que esteve presente nos momentos mais importantes de minha vida, inclusive no nascimento por parto vaginal das minhas duas filhas.
Reproduzo os comentários do e-mail que ele me enviou com o vídeo:

"Não se entristeçam mestres, Anastácio, Galba, Olavo e meus compadres, Ciriaco e Arnaldo, Quem sabe, não é um primeiro sinal para reverter a atual conduta de alguns colegas que se esqueceram de seus ensinamentos?!
O Parto normal é para a saúde da mulher e do bebê
Vale a pena ver simplesmente: MARAVILHOSO"