domingo, 29 de setembro de 2013
[DOCUMENTÁRIO] - Clitóris, prazer proibido (Completo e Legendado)
O excelente documentário, “Clitóris, Prazer Proibido” nos traz boas contribuições para entender o prazer feminino. A contextualização histórica do clitóris nos estudos da anatomia e o depoimento de pesquisadoras e estudiosos da sexualidade humana são de grande valia.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Caráter
Poema de Sidónio Muralha
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se for claro.
Correr sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
se caráter custa caro
pago o preço.
Sidónio Muralha escritor português (Lisboa1920-Curitiba1982).
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
DEMOCRACIA E PARCERIA
por Luiz Inácio Lula da Silva
São gravíssimos os atos de espionagem praticados pela NSA – a Agência Nacional de Segurança dos EUA – contra os Chefes de Estado do Brasil e do México. Nada, absolutamente nada pode justificar a interceptação de telefonemas e a invasão da correspondência reservada dos Presidentes da República de países amigos, ferindo a sua soberania e desrespeitando os princípios mais elementares da legalidade internacional. E é mais grave ainda que importantes autoridades norte-americanas tenham querido legitimar tal agressão com o argumento de que os EUA estariam “protegendo” os interesses dos nossos países.
À medida que a verdade dos fatos vai sendo revelada, fica evidente que, no caso brasileiro, além da Presidente Dilma Rousseff, a Petrobrás, nossa empresa petrolífera, também foi espionada pela NSA, o que desmente as alegadas – e já por si inaceitáveis – razões de segurança.
A inadmissível ingerência nos assuntos internos do Brasil e as falsas razões alegadas provocaram a indignação da sociedade e do governo brasileiros. A Presidente Dilma Rousseff já questionou diretamente o Presidente Barack Obama sobre o problema e aguarda uma resposta convincente, à altura de sua gravidade.
O governo brasileiro está tratando o caso com a maturidade e o sentido de responsabilidade que caracterizam a Presidente Dilma Rousseff e a nossa diplomacia – mas é impossível subestimar o impacto que ele pode ter, se não for adequadamente resolvido, para as relações Brasil-EUA.
Basta imaginar o escândalo e a comoção que aconteceriam nos Estados Unidos se algum país amigo interceptasse ilegalmente, sob qualquer pretexto, os telefonemas e a correspondência reservada de seu Presidente.
O que leva um país como os EUA, tão justamente ciosos de sua democracia e de sua legalidade internas, a afrontarem a democracia e a legalidade dos outros? O que faz pensar às autoridades norte-americanas que elas podem e principalmente devem agir de modo tão insensato contra um país amigo? O que as faz acreditar que não existe nenhum inconveniente moral ou político em desrespeitar o Chefe de Estado, as instituições e as empresas do Brasil ou de qualquer outro país democrático?
E o mais inexplicável é que essa flagrante ofensa à soberania e à democracia brasileiras acontece num contexto de excelentes relações bilaterais. O Brasil, historicamente, sempre valorizou as suas relações com os Estados Unidos. Nos últimos dez anos, trabalhamos ativamente, e com bons resultados, para ampliar ainda mais a interação econômica e política do Brasil com os EUA. Mantivemos ótimo diálogo institucional e pessoal com os seus governantes. Apostamos em uma parceria de fato estratégica entre os dois países, baseada em interesses comuns, sem prejuízo do nosso esforço pela integração da América Latina e de um maior intercambio com a África, a Europa e a Ásia.
Para isso, não hesitamos em enfrentar a desconfiança e o ceticismo de amplos setores da opinião pública brasileira, ainda traumatizados pela participação direta do governo norte-americano no golpe de Estado de 1964 e o seu permanente apoio à ditadura militar (como, de resto, a outras ditaduras militares do continente). Nunca duvidamos de que aprofundar o diálogo e fortalecer os laços econômicos e diplomáticos com os Estados Unidos fosse a melhor maneira de ajudá-los a superarem aquela página sombria das relações interamericanas, e a sua política de ingerência autoritária e antipopular na região.
No episódio atual, se ambos os países querem preservar o muito que as nossas relações bilaterais avançaram nas décadas recentes, cabe uma explicação crível e o necessário pedido de desculpas dos EUA. Mais do que isso: impõe-se a sua decidida mudança de atitude, pondo fim a tais práticas abusivas.
Os EUA devem compreender que a desejável parceria estratégica entre os dois países não pode assentar-se na atitude conspirativa de uma das partes. Condutas ilegais e desrespeitosas certamente não contribuem para construir uma confiança duradoura entre os nossos povos e os nossos governos.
Um episódio como esse, por outro lado, demonstra o esgotamento da atual governança mundial, cujas instituições, regras e decisões são frequentemente atropeladas por países que muitas vezes confundem seus interesses particulares com os interesses de toda a comunidade internacional. Demonstra que é mais urgente do que nunca superar o unilateralismo, seja ele dos EUA ou de qualquer outro país, e criar verdadeiras instituições multilaterais, capazes de conduzir o planeta com base nos preceitos do Direito Internacional e não na lei dos mais fortes.
O mundo de hoje, como ninguém ignora, é muito diferente daquele que emergiu da 2ª Guerra Mundial. Além da descolonização africana e asiática, diversos países do sul se modernizaram e industrializaram, conquistando importantes progressos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, adquiriam um peso muito superior no cenário mundial. Hoje, os países que não fazem parte do G-8 representam nada menos que 70% da população e 60% da economia do mundo. Mas a ordem política global continua tão monopolizada e restritiva quanto no inicio da guerra fria. A maioria dos países do mundo está excluída dos verdadeiros espaços de decisão. É injustificável, por exemplo, que a África e a América Latina não tenham nenhum membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ou que a Índia esteja fora dele. A governança global precisa refletir o mundo contemporâneo. O Conselho de Segurança só será plenamente legítimo e democrático – e acatado por todos – quando as várias regiões do mundo participarem dele, e os seus membros não defenderem apenas os próprios interesses geopolíticos e econômicos, mas representarem efetivamente o anseio de todos os povos pela paz, a democracia e o desenvolvimento.
Esse episódio e outros semelhantes apontam também para uma questão crucial: a necessidade de uma governança democrática para a internet, de modo que ela seja cada vez mais um terreno de liberdade, criatividade e cooperação – e não de espionagem.
Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente do Brasil
São gravíssimos os atos de espionagem praticados pela NSA – a Agência Nacional de Segurança dos EUA – contra os Chefes de Estado do Brasil e do México. Nada, absolutamente nada pode justificar a interceptação de telefonemas e a invasão da correspondência reservada dos Presidentes da República de países amigos, ferindo a sua soberania e desrespeitando os princípios mais elementares da legalidade internacional. E é mais grave ainda que importantes autoridades norte-americanas tenham querido legitimar tal agressão com o argumento de que os EUA estariam “protegendo” os interesses dos nossos países.
À medida que a verdade dos fatos vai sendo revelada, fica evidente que, no caso brasileiro, além da Presidente Dilma Rousseff, a Petrobrás, nossa empresa petrolífera, também foi espionada pela NSA, o que desmente as alegadas – e já por si inaceitáveis – razões de segurança.
A inadmissível ingerência nos assuntos internos do Brasil e as falsas razões alegadas provocaram a indignação da sociedade e do governo brasileiros. A Presidente Dilma Rousseff já questionou diretamente o Presidente Barack Obama sobre o problema e aguarda uma resposta convincente, à altura de sua gravidade.
O governo brasileiro está tratando o caso com a maturidade e o sentido de responsabilidade que caracterizam a Presidente Dilma Rousseff e a nossa diplomacia – mas é impossível subestimar o impacto que ele pode ter, se não for adequadamente resolvido, para as relações Brasil-EUA.
Basta imaginar o escândalo e a comoção que aconteceriam nos Estados Unidos se algum país amigo interceptasse ilegalmente, sob qualquer pretexto, os telefonemas e a correspondência reservada de seu Presidente.
O que leva um país como os EUA, tão justamente ciosos de sua democracia e de sua legalidade internas, a afrontarem a democracia e a legalidade dos outros? O que faz pensar às autoridades norte-americanas que elas podem e principalmente devem agir de modo tão insensato contra um país amigo? O que as faz acreditar que não existe nenhum inconveniente moral ou político em desrespeitar o Chefe de Estado, as instituições e as empresas do Brasil ou de qualquer outro país democrático?
E o mais inexplicável é que essa flagrante ofensa à soberania e à democracia brasileiras acontece num contexto de excelentes relações bilaterais. O Brasil, historicamente, sempre valorizou as suas relações com os Estados Unidos. Nos últimos dez anos, trabalhamos ativamente, e com bons resultados, para ampliar ainda mais a interação econômica e política do Brasil com os EUA. Mantivemos ótimo diálogo institucional e pessoal com os seus governantes. Apostamos em uma parceria de fato estratégica entre os dois países, baseada em interesses comuns, sem prejuízo do nosso esforço pela integração da América Latina e de um maior intercambio com a África, a Europa e a Ásia.
Para isso, não hesitamos em enfrentar a desconfiança e o ceticismo de amplos setores da opinião pública brasileira, ainda traumatizados pela participação direta do governo norte-americano no golpe de Estado de 1964 e o seu permanente apoio à ditadura militar (como, de resto, a outras ditaduras militares do continente). Nunca duvidamos de que aprofundar o diálogo e fortalecer os laços econômicos e diplomáticos com os Estados Unidos fosse a melhor maneira de ajudá-los a superarem aquela página sombria das relações interamericanas, e a sua política de ingerência autoritária e antipopular na região.
No episódio atual, se ambos os países querem preservar o muito que as nossas relações bilaterais avançaram nas décadas recentes, cabe uma explicação crível e o necessário pedido de desculpas dos EUA. Mais do que isso: impõe-se a sua decidida mudança de atitude, pondo fim a tais práticas abusivas.
Os EUA devem compreender que a desejável parceria estratégica entre os dois países não pode assentar-se na atitude conspirativa de uma das partes. Condutas ilegais e desrespeitosas certamente não contribuem para construir uma confiança duradoura entre os nossos povos e os nossos governos.
Um episódio como esse, por outro lado, demonstra o esgotamento da atual governança mundial, cujas instituições, regras e decisões são frequentemente atropeladas por países que muitas vezes confundem seus interesses particulares com os interesses de toda a comunidade internacional. Demonstra que é mais urgente do que nunca superar o unilateralismo, seja ele dos EUA ou de qualquer outro país, e criar verdadeiras instituições multilaterais, capazes de conduzir o planeta com base nos preceitos do Direito Internacional e não na lei dos mais fortes.
O mundo de hoje, como ninguém ignora, é muito diferente daquele que emergiu da 2ª Guerra Mundial. Além da descolonização africana e asiática, diversos países do sul se modernizaram e industrializaram, conquistando importantes progressos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, adquiriam um peso muito superior no cenário mundial. Hoje, os países que não fazem parte do G-8 representam nada menos que 70% da população e 60% da economia do mundo. Mas a ordem política global continua tão monopolizada e restritiva quanto no inicio da guerra fria. A maioria dos países do mundo está excluída dos verdadeiros espaços de decisão. É injustificável, por exemplo, que a África e a América Latina não tenham nenhum membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ou que a Índia esteja fora dele. A governança global precisa refletir o mundo contemporâneo. O Conselho de Segurança só será plenamente legítimo e democrático – e acatado por todos – quando as várias regiões do mundo participarem dele, e os seus membros não defenderem apenas os próprios interesses geopolíticos e econômicos, mas representarem efetivamente o anseio de todos os povos pela paz, a democracia e o desenvolvimento.
Esse episódio e outros semelhantes apontam também para uma questão crucial: a necessidade de uma governança democrática para a internet, de modo que ela seja cada vez mais um terreno de liberdade, criatividade e cooperação – e não de espionagem.
Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente do Brasil
terça-feira, 24 de setembro de 2013
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Baía do Guajará - em Belém do Pará
Amazon Web – Fórum de Comunicação Digital da Amazônia
Representando o Blog da Dilma juntei-me ao ativismo digital paraense e brasileiro, com blogueiros, militantes do movimento social, comunicadores populares, radialistas, estudantes e professores, nos dias 01 e 02 de Setembro no Primeiro Fórum de Ativistas Digitais do Pará (AmazonWeb) que aconteceu em Belém no Hotel Gold Mar, contribuindo para o debate sobre internet livre, comunicação digital e acesso à informação.
O evento foi realizado pelo SUCESU - Pará (Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicação) com o apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e patrocinado pelo CGI - Comitê Gestor da Internet.
Diógenes Brandão – carinhosamente chamado de Jimmy – juntamente com Vera Paoloni, se esmeraram na organização do evento, juntamente com várias entidades e movimentos da sociedade civil.
Debates sobre a comunicação na Amazônia, redes sociais, Democratização da Comunicação no Brasil e os avanços da web e governança, permearam o evento através de desconferências, oficinas e rodas de conversa.
As desconferências tiveram como temas: Blogosfera e Ativismo nas Redes Sociais; O Software Livre é simples, melhor e mais barato ; Mídia Ninja: Comunicação em Rede; Os Movimentos Sociais e a luta pela contrainformação.
Conceição Oliveira (BlogMariaFrô), Diógenes Brandão (As Falas da Pólis); Sergio Bertoni (Blogosfero), Antonio Carlos Melo da Silva (ASL-PA); Rafael Vilela (Pira) do Fora do Eixo, Vera Paoloni/CUT e CTB/Jose Marcos (Marcão) foram facilitadores dessas desconferências
Duas oficinas foram realizadas: “Construa seu próprio Blog e suas redes sociais” com Tatiane Pires e “Produção de revistas e mídias digitais” com Carlos Pará (PZZ) e Rosinaldo Pinheiro (Turma do Açaí).
As rodas de conversa tiveram a participação dos jornalistas Dimas Roque(BA) e Lidyane Ponciano (MG), do Coletivo Casa Preta e Mocambos, Coletivo Fora do Eixo, Alex Capuano (CUT Nacional) e Michael Rosa/MG.
Os temas foram: Liberdade de Expressão, os Meios de Comunicação e o papel da Internet; Afrociberdelia com Periferia Digital, Coletivos e Casas de Cultura Digital.
Movimentos como o Marajó Forte e Movimento de Mulheres se destacaram com os relatos sobre as dificuldades de acessos nas comunicações na região que é ainda privilégio de poucos.
Na Plenária final foi aprovada a Carta da Amazônia que ressalta o apoio dos ativistas paraenses ao modelo de governança da Internet brasileira, a necessidade de apoio à aprovação do Marco Civil e reforço em ações para que a rede continue livre. O texto aponta ainda que a inclusão digital deve chegar ao interior do Estado e abranger povos nativos como quilombolas e índios.
A Carta foi lida no Fórum da Internet do Brasil.
O evento foi realizado pelo SUCESU - Pará (Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicação) com o apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e patrocinado pelo CGI - Comitê Gestor da Internet.
Diógenes Brandão – carinhosamente chamado de Jimmy – juntamente com Vera Paoloni, se esmeraram na organização do evento, juntamente com várias entidades e movimentos da sociedade civil.
Debates sobre a comunicação na Amazônia, redes sociais, Democratização da Comunicação no Brasil e os avanços da web e governança, permearam o evento através de desconferências, oficinas e rodas de conversa.
As desconferências tiveram como temas: Blogosfera e Ativismo nas Redes Sociais; O Software Livre é simples, melhor e mais barato ; Mídia Ninja: Comunicação em Rede; Os Movimentos Sociais e a luta pela contrainformação.
Conceição Oliveira (BlogMariaFrô), Diógenes Brandão (As Falas da Pólis); Sergio Bertoni (Blogosfero), Antonio Carlos Melo da Silva (ASL-PA); Rafael Vilela (Pira) do Fora do Eixo, Vera Paoloni/CUT e CTB/Jose Marcos (Marcão) foram facilitadores dessas desconferências
Duas oficinas foram realizadas: “Construa seu próprio Blog e suas redes sociais” com Tatiane Pires e “Produção de revistas e mídias digitais” com Carlos Pará (PZZ) e Rosinaldo Pinheiro (Turma do Açaí).
As rodas de conversa tiveram a participação dos jornalistas Dimas Roque(BA) e Lidyane Ponciano (MG), do Coletivo Casa Preta e Mocambos, Coletivo Fora do Eixo, Alex Capuano (CUT Nacional) e Michael Rosa/MG.
Os temas foram: Liberdade de Expressão, os Meios de Comunicação e o papel da Internet; Afrociberdelia com Periferia Digital, Coletivos e Casas de Cultura Digital.
Movimentos como o Marajó Forte e Movimento de Mulheres se destacaram com os relatos sobre as dificuldades de acessos nas comunicações na região que é ainda privilégio de poucos.
Na Plenária final foi aprovada a Carta da Amazônia que ressalta o apoio dos ativistas paraenses ao modelo de governança da Internet brasileira, a necessidade de apoio à aprovação do Marco Civil e reforço em ações para que a rede continue livre. O texto aponta ainda que a inclusão digital deve chegar ao interior do Estado e abranger povos nativos como quilombolas e índios.
A Carta foi lida no Fórum da Internet do Brasil.
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