segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Horizontes da Integração Latino-Americana

por Luiz Inácio Lula da Silva

A volta de Michelle Bachelet à presidência do Chile é um fato muito auspicioso para a América do Sul e toda a América Latina. As notáveis qualidades humanas e políticas que ela demonstrou em seu primeiro governo e, posteriormente, no comando da ONU Mulheres, a entidade das Nações Unidas para igualdade de gênero, conferiram-lhe um merecido prestígio nacional e internacional. Sua liderança – ao mesmo tempo firme e agregadora – e o seu compromisso de vida com a liberdade e a justiça social, fazem de Bachelet uma referência importante em nosso continente.

A consagradora vitória que acaba de obter revela também que o povo chileno, tal como os outros povos da região, anseia por um verdadeiro desenvolvimento, capaz de combinar o econômico e o social, a expansão das riquezas com a sua equitativa distribuição, a modernização tecnológica com a redução das desigualdades e a universalização de direitos. E reivindica, além disso, uma democracia cada vez mais participativa.

Por outro lado, a eleição de Bachelet inegavelmente reforça o processo de integração sul-americana e latino-americana, na medida em que sempre apoiou com entusiasmo as iniciativas voltadas para o desenvolvimento compartilhado e a unidade política da região. Basta lembrar a sua contribuição decisiva para a criação e consolidação da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL), da qual foi a primeira presidente, e para a constituição da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Aliás, nunca houve na América Latina tantos governantes comprometidos com esse processo.

Estive no Chile durante o segundo turno das eleições justamente para debater as perspectivas da integração, participando de um seminário internacional promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e o Instituto Lula.

Durante dois dias, 120 lideranças politicas, sociais e intelectuais dos nossos países fizeram um diagnóstico atualizado e debateram uma agenda concreta para o desenvolvimento e a integração regional.

Discutiu-se francamente a inserção da América Latina na economia mundial; a arquitetura político-institucional da integração; o papel das políticas sociais, especialmente no combate à pobreza; as cadeias produtivas supra-nacionais; as empresas translatinas; as conexões físicas e energéticas; a cooperação financeira e os mecanismos de investimento; os direitos humanos e laborais; a defesa do patrimônio ambiental e da diversidade cultural.

Há um grande consenso sobre a necessidade da integração, que interessa na prática a todos os nossos povos e países, independentemente da coloração ideológica dos respectivos governos. As diversas regiões do mundo estão se integrando e constituindo blocos econômicos e políticos, e não faria sentido que apenas a América Latina e o Caribe deixassem de unir-se. Nossos países viveram secularmente de costas uns para os outros e todos sabemos o quanto isso foi nefasto em termos de fragilidade geopolítica e de atraso socioeconômico. Não se trata de um movimento contra os países desenvolvidos, com os quais queremos incrementar nosso intercâmbio em todos os níveis, mas de legítima afirmação da nossa própria região. O aprofundamento da integração latino-americana – política, cultural, social, de infraestrutura, de mercados – é um caminho natural e lógico, destinado a aproveitar a nossa proximidade territorial e cultural e as nossas vantagens comparativas. Sem falar que, juntos, seguramente teremos mais força para garantir nossos direitos no âmbito global.

É opinião geral que, na última década, tivemos conquistas extraordinárias em matéria de parcerias e cooperação. Aumentou a confiança e o diálogo substantivo entre os nossos países, sem o que não se conseguiria criar a UNASUL e a CELAC. Mas as relações econômicas também se expandiram consideravelmente. O comércio, por exemplo, cresceu de modo impressionante. Em 2002, segundo a CEPAL, o fluxo total do comércio intra-regional na América do Sul era de U$33 bilhões; em 2011, já havia atingido os U$ 135 bilhões. No mesmo período, o fluxo no conjunto da América Latina passou de U$ 49 bilhões para U$ 189 bilhões. E o seu horizonte de crescimento é enorme, pois somos um mercado de 400 milhões de pessoas e até agora só exploramos uma pequena parte do nosso potencial de trocas.

O mesmo acontece com os investimentos produtivos. As empresas da região estão se internacionalizando e investindo nos países vizinhos. No caso brasileiro, tínhamos poucos investimentos industriais na América Latina. Hoje, são centenas de plantas, em mais de 20 países. E a recíproca, felizmente, é verdadeira: existe um número crescente de empresas argentinas, mexicanas, chilenas, colombianas e peruanas, entre outras, produzindo no Brasil para o mercado brasileiro.

É evidente, no entanto, que precisamos avançar muito mais. Devemos acelerar a integração, que pode ser mais profunda e abrangente. Para isso, com certeza, não bastam as visões de curto prazo. Tenho dito que necessitamos de um pensamento realmente estratégico, capaz de encarar os desafios da integração na perspectiva do futuro, dando-lhes respostas corajosas e inovadoras. Temos que ir, igualmente, além dos governos, por fundamentais que eles sejam. A integração é uma bela empreitada histórica que só se concretizará plenamente se lograrmos comprometer toda a sociedade civil dos nossos países, os sindicatos, os empresários, as universidades, as igrejas, a juventude.

É imprescindível construir uma vontade popular de integração. O principal é que todos compreendam o quanto podemos ganhar coletivamente na economia, na soberania política, na igualdade social, no desenvolvimento cultural e científico com a associação dos nossos destinos.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

O dia Internacional das Pessoas com Deficiência foi instituído pela ONU como uma data de mobilização pela equidade e pela integração a vida social, econômica, cultural e política das pessoas portadoras de deficiências. A data (dia 03 de Dezembro) tem como objetivo a promoção da dignidade e o pleno exercício dos direitos humanos para essa significativa parcela da população mundial (aproximadamente 15%).
Governos e sociedade civil devem propiciar oportunidades de participação e garantir a inclusão destas pessoas como beneficiárias de direitos e protagonistas de transformação e participação comunitária.
Este ano de 2013, me detive um pouco a refletir sobre as questões de acessibilidade quando em dois momentos presenciei envergonhada a negação desse direito:
Em abril, quando participava do WebFor2013 na Universidade do Parlamento – UNIPACE, acompanhei o amigo blogueiro Ênio Barroso voltando do almoço em sua cadeira de rodas. Constatei que o anexo 2 do prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará não tem acessibilidade para cadeirantes, pois meu querido amigo teve que circular pela rua e não pela calçada porque a rampa de acesso construída está totalmente inadequada com um degrau que impede a sua utilização.
Fiquei envergonhada pelo desrespeito ao meu amigo e essa vergonha se repetiu no mês de outubro quando fui a Sessão Solene comemorativa aos quatro anos de fundação do Observatório da Violência Contra Mulher (Observem), da Universidade Estadual do Ceará (Uece) no Plenário 13 de Maio, da Assembleia Legislativa do Ceará.
Ao ser chamada para compor a mesa, Maria da Penha passou pelo constrangimento de ter sua cadeira elevada por vários braços tendo em vista que não existe rampa de acesso.
Esses dois episódios ocorridos em espaços físicos da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará me deixou muito impactada. Constrangimentos dessa natureza na “Casa do Povo”? Como um local que existe para defender a cidadania e os direitos do povo não garante a acessibilidade de cadeirantes em todos os seus espaços?
Aqui registro o meu protesto nesse dia dedicado a luta pelos direitos das pessoas com deficiência.
O momento é de quebrar barreiras, abrir portas e construir uma sociedade inclusiva para todos. Que a mesa diretora tome providências urgentemente!


sábado, 30 de novembro de 2013

Joana D'Arc - diálogos atuais

“No futuro, devemos realizar os inquéritos privadamente, sem pressões externas”.

“Acho que esse julgamento é uma farsa...”

“Estou disposto a ser o juiz dela, mas não seu carrasco”.

“O veredicto vem no final de um julgamento, não no início”.

“Não cabe a nós queimá-la é uma responsabilidade sua”.

“E é sua responsabilidade considerá-la culpada! O que estão esperando?”

“Tem que entender que muitos dos meus colegas estão com medo. Com medo de cometerem um erro.”

“Joana, nós os teus juízes desejosos de obter um veredicto verdadeiro, submetemos uma transcrição do seu julgamento à Faculdade de Paris para que obtivéssemos sua opinião. Após uma cuidadosa reflexão, os sábios concluíram conosco que você cometeu muitos pecados graves.”

JOANA D’ARC foi queimada viva acusada de heresia em 30 de maio de 1431 com 19 anos de idade. ELA FOI CANONIZADA PELO VATICANO 500 ANOS MAIS TARDE.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Metrô de Fortaleza - um passeio teste

Após 14 anos desde o inicio das obras em 1999, a Linha Sul do Metrô de Fortaleza que teve seu primeiro trecho inaugurado em 15 de junho de 2012, continua em operação de testes no qual o serviço é totalmente gratuito e com horários limitados.Funciona somente em dias úteis das 8 às 12 horas.


Eu e minhas filhas decidimos fazer um passeio para conhecermos toda extensão da linha.

Estações que estavam em obras como Chico da Silva e José de Alencar foram inauguradas recentemente com presença da presidenta Dilma Rousseff, contudo ainda estão em obras as estações Juscelino Kubitschek e Padre Cícero.


A linha sul deverá atender os municípios de Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba com um total de 20 estações. Tem uma extensão de 24,1 km, sendo 3,9 km subterrâneos, 2,2 km elevados e 18 km em superfície.
Em 35 minutos percorremos a linha toda com 18 estações (Chico da Silva, José de Alencar, São Benedito e Benfica - subterrâneas), em seguida as estações de superfície Padre Cícero ainda em construção, Porangabussu e Couto Fernandes funcionando normalmente, as estações elevadas Juscelino Kubitschek ainda em construção e a Parangaba em pleno funcionamento. Após a estação da Parangaba (que deverá funcionar como integração ao VLT Veículo Leve sobre Trilhos e ao terminal de integração de transporte rodoviário Parangaba) passamos pelas estações em superfície de Vila Pery, Manoel Sátiro, Mondubim, Esperança e Aracapé (em Fortaleza), Alto Alegre, Rachel de Queiroz, Virgílio Távora e Maracanaú (município de Maracanaú) finalizando com as estações Jereissati e Carlito Benevides no município de Pacatuba onde também funciona o Centro de Manutenção.


Conhecemos o Sr. Francisco que mora no bairro Siqueira, utiliza o passe livre de idoso no ônibus, pega o metrô gratuito e se dirige ao Restaurante Popular do Maracanaú onde almoça com R$ 1,00 (hum real) e se encontra com outros idosos amigos para bater papo.


Na estação Carlito Benevides, final da linha, trocamos de comboio e retornamos.


Durante o percurso observamos deficiências nas informações com deficit de placas destacadas com o nome de cada estação que dificultou um pouco a orientação e falta de comunicação no som do trem que apenas uma vez funcionou avisando que chegávamos à estação José de Alencar.


O período de testes está finalizando e a operação comercial está prevista para 2014, com cobrança de tarifas e integração ao sistema de transporte rodoviário.
Foi uma experiência gratificante dedicarmos uma hora e meia testando esse equipamento e esperamos que o pleno funcionamento contribua para melhorar a mobilidade de nossa cidade.



terça-feira, 5 de novembro de 2013

Direito à vida

por Luiz Inácio Lula da Silva


Em todo o mundo, seja nos países ricos, em desenvolvimento ou pobres, o acesso a tratamentos médicos mais avançados está cada vez mais desafiador. Muitos dos doentes não conseguem beneficiar-se dos medicamentos que poderiam curá-los ou pelo menos prolongar as suas vidas.

A questão não é mais se existe cura para uma doença — porque, em muitos casos, ela existe — mas de saber se é possível para o paciente pagar a conta do tratamento. Milhões de pessoas encontram-se hoje nessa situação dramática, desesperadora: sabem que há um remédio capaz de salvá-las e aliviar o seu sofrimento, mas não conseguem utilizá-lo, devido ao seu custo proibitivo.

Há uma frustrante e desumana contradição entre admiráveis descobertas cientificas e o seu uso restritivo e excludente.

De um lado, temos as empresas farmacêuticas, que desenvolvem novas drogas, com investimentos elevados e testes sofisticados e onerosos. De outro, temos aqueles que financiam os tratamentos médicos: os governos, nos sistemas públicos, e as empresas de planos de saúde, na área privada. No centro de tudo, o paciente, lutando pela vida com todas as suas forças, mas que não tem condição de pagar para sobreviver.

Nos Estados Unidos, onde o presidente Barack Obama trava há anos uma batalha com a oposição conservadora para estender a cobertura de saúde a milhões de pessoas. Na Europa, mesmo em países ricos o sistema público muitas vezes não consegue garantir o pleno acesso aos novos medicamentos. No Brasil, cada vez o governo precisa de mais recursos para os medicamentos que compra e fornece gratuitamente, inclusive alguns de nova geração. E na África, o HIV atinge contingentes enormes da população, ao mesmo tempo que doenças tropicais como a malária, perfeitamente evitáveis, continuam causando muitas mortes e deixaram de ser priorizadas pelas pesquisas dos grandes laboratórios.

Um vídeo que circula na Internet, feito por uma companhia de celular, tem emocionado o mundo ao mostrar os dramas entrelaçados de um garoto pobre da Tailândia que tem que roubar para obter remédios para sua mãe, e o de uma jovem tendo que lidar com as contas astronômicas de hospital para salvar o seu pai.

Conheço o drama de ter entes queridos sem um tratamento de saúde digno. Em 1970, perdi minha primeira esposa e meu primeiro filho numa cirurgia de parto, devido ao mau atendimento hospitalar. Os anos que se seguiram, de luto e dor, foram dos mais difíceis da minha vida.

Por outro lado, em 2011, já como ex-presidente, enfrentei e superei um câncer graças aos modernos recursos de um hospital de excelência, cobertos pelo meu plano privado de saúde. O tratamento foi longo e doloroso, mas a competência e atenção dos médicos, e o uso dos medicamentos de ponta, me permitiram vencer o tumor.

É fácil ver as empresas farmacêuticas como as vilãs desse processo, mas isso não resolve a questão. Quase sempre são empresas de capital aberto, que se financiam principalmente através de ações nas bolsas de valores, competindo entre si e com outras corporações, de diversos setores econômicos, para financiar os custos crescentes das pesquisas e testes com novas drogas. O principal atrativo que oferecem aos investidores é a lucratividade, mesmo que essa se choque com as necessidades dos doentes.

Para dar o retorno pretendido, antes que a patente expire, a nova droga é vendida a preços absolutamente fora do alcance da maioria das pessoas. Há tratamentos contra o câncer, por exemplo, que chegam a custar 40 mil dólares cada aplicação. E, ao contrário do que se poderia imaginar, a concorrência não está favorecendo a redução gradativa dos preços, que são cada vez mais altos a cada nova droga que é produzida. Sem falar que esse modelo, guiado pelo lucro leva as empresas farmacêuticas a privilegiarem as pesquisas sobre doenças que dão mais retorno financeiro.

O alto custo desses tratamentos tem feito com que planos privados muitas vezes busquem justificativas para não dar acesso a eles, e que gestores de sistemas públicos de saúde se vejam, em função dos recursos finitos de que dispõem, frente a um dilema: melhorar o sistema de saúde como um todo, baseado em padrões médios de qualidade, ou priorizar o acesso aos tratamentos de ponta, que muitas vezes são justamente os que podem salvar vidas?

O preço absurdo dos novos medicamentos tem impedido a chamada economia de escala: em vez de poucos pagarem muito, os remédios se pagariam ­­— e seriam muito mais úteis — se fossem acessíveis a mais pessoas.

A solução, obviamente, não é fácil, mas não podemos nos conformar com o atual estado de coisas. Até porque ele tende a se agravar na medida em que mais e mais pessoas reivindicam, com toda a razão, a democratização do acesso aos novos medicamentos. Quem, em sã consciência, deixará de lutar pelo melhor tratamento para a doença do seu pai, sua mãe, seu cônjuge ou seu filho, especialmente se ela traz grande sofrimento e risco de vida?

Trata-se de um problema tão grave e de tamanho impacto na vida — ou na morte — de milhões de pessoas, que deveria merecer uma atenção especial dos governos e dos órgãos internacionais, e não só de suas agências de saúde. Não pode na minha opinião continuar sendo tratado apenas como uma questão técnica ou de mercado. Devemos transformá-lo em uma verdadeira questão política, mobilizando as melhores energias dos setores envolvidos, e de outros atores sociais e econômicos, para equacioná-lo de um modo novo, que seja ao mesmo tempo viável para quem produz os medicamentos e acessível para todos os que precisam utilizá-los.

Não exerço hoje nenhuma função pública, falo apenas como um cidadão preocupado com o sofrimento desnecessário de tantas pessoas, mas acho que um desafio político e moral dessa importância deveria ser objeto de uma conferência internacional convocada pela Organização Mundial de Saúde, com urgência, na qual os vários segmentos interessados discutam francamente como compartilhar os custos da pesquisa cientifica e industrial com o objetivo de reduzir o preço do produto final, colocando-o ao alcance de todos que necessitam dele.

Não há dúvida de que todos os setores vinculados à medicina avançada devem ter os seus interesses levados em conta. Mas a decisão entre a vida e a morte não pode depender de preço.

domingo, 29 de setembro de 2013

[DOCUMENTÁRIO] - Clitóris, prazer proibido (Completo e Legendado)


O excelente documentário, “Clitóris, Prazer Proibido” nos traz boas contribuições para entender o prazer feminino. A contextualização histórica do clitóris nos estudos da anatomia e o depoimento de pesquisadoras e estudiosos da sexualidade humana são de grande valia.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Caráter



Poema de Sidónio Muralha

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se for claro.
Correr sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
se caráter custa caro
pago o preço.

Sidónio Muralha escritor português (Lisboa1920-Curitiba1982).



quarta-feira, 25 de setembro de 2013

DEMOCRACIA E PARCERIA

por Luiz Inácio Lula da Silva

São gravíssimos os atos de espionagem praticados pela NSA – a Agência Nacional de Segurança dos EUA – contra os Chefes de Estado do Brasil e do México. Nada, absolutamente nada pode justificar a interceptação de telefonemas e a invasão da correspondência reservada dos Presidentes da República de países amigos, ferindo a sua soberania e desrespeitando os princípios mais elementares da legalidade internacional. E é mais grave ainda que importantes autoridades norte-americanas tenham querido legitimar tal agressão com o argumento de que os EUA estariam “protegendo” os interesses dos nossos países.

À medida que a verdade dos fatos vai sendo revelada, fica evidente que, no caso brasileiro, além da Presidente Dilma Rousseff, a Petrobrás, nossa empresa petrolífera, também foi espionada pela NSA, o que desmente as alegadas – e já por si inaceitáveis – razões de segurança.

A inadmissível ingerência nos assuntos internos do Brasil e as falsas razões alegadas provocaram a indignação da sociedade e do governo brasileiros. A Presidente Dilma Rousseff já questionou diretamente o Presidente Barack Obama sobre o problema e aguarda uma resposta convincente, à altura de sua gravidade.

O governo brasileiro está tratando o caso com a maturidade e o sentido de responsabilidade que caracterizam a Presidente Dilma Rousseff e a nossa diplomacia – mas é impossível subestimar o impacto que ele pode ter, se não for adequadamente resolvido, para as relações Brasil-EUA.

Basta imaginar o escândalo e a comoção que aconteceriam nos Estados Unidos se algum país amigo interceptasse ilegalmente, sob qualquer pretexto, os telefonemas e a correspondência reservada de seu Presidente.

O que leva um país como os EUA, tão justamente ciosos de sua democracia e de sua legalidade internas, a afrontarem a democracia e a legalidade dos outros? O que faz pensar às autoridades norte-americanas que elas podem e principalmente devem agir de modo tão insensato contra um país amigo? O que as faz acreditar que não existe nenhum inconveniente moral ou político em desrespeitar o Chefe de Estado, as instituições e as empresas do Brasil ou de qualquer outro país democrático?

E o mais inexplicável é que essa flagrante ofensa à soberania e à democracia brasileiras acontece num contexto de excelentes relações bilaterais. O Brasil, historicamente, sempre valorizou as suas relações com os Estados Unidos. Nos últimos dez anos, trabalhamos ativamente, e com bons resultados, para ampliar ainda mais a interação econômica e política do Brasil com os EUA. Mantivemos ótimo diálogo institucional e pessoal com os seus governantes. Apostamos em uma parceria de fato estratégica entre os dois países, baseada em interesses comuns, sem prejuízo do nosso esforço pela integração da América Latina e de um maior intercambio com a África, a Europa e a Ásia.

Para isso, não hesitamos em enfrentar a desconfiança e o ceticismo de amplos setores da opinião pública brasileira, ainda traumatizados pela participação direta do governo norte-americano no golpe de Estado de 1964 e o seu permanente apoio à ditadura militar (como, de resto, a outras ditaduras militares do continente). Nunca duvidamos de que aprofundar o diálogo e fortalecer os laços econômicos e diplomáticos com os Estados Unidos fosse a melhor maneira de ajudá-los a superarem aquela página sombria das relações interamericanas, e a sua política de ingerência autoritária e antipopular na região.

No episódio atual, se ambos os países querem preservar o muito que as nossas relações bilaterais avançaram nas décadas recentes, cabe uma explicação crível e o necessário pedido de desculpas dos EUA. Mais do que isso: impõe-se a sua decidida mudança de atitude, pondo fim a tais práticas abusivas.

Os EUA devem compreender que a desejável parceria estratégica entre os dois países não pode assentar-se na atitude conspirativa de uma das partes. Condutas ilegais e desrespeitosas certamente não contribuem para construir uma confiança duradoura entre os nossos povos e os nossos governos.

Um episódio como esse, por outro lado, demonstra o esgotamento da atual governança mundial, cujas instituições, regras e decisões são frequentemente atropeladas por países que muitas vezes confundem seus interesses particulares com os interesses de toda a comunidade internacional. Demonstra que é mais urgente do que nunca superar o unilateralismo, seja ele dos EUA ou de qualquer outro país, e criar verdadeiras instituições multilaterais, capazes de conduzir o planeta com base nos preceitos do Direito Internacional e não na lei dos mais fortes.

O mundo de hoje, como ninguém ignora, é muito diferente daquele que emergiu da 2ª Guerra Mundial. Além da descolonização africana e asiática, diversos países do sul se modernizaram e industrializaram, conquistando importantes progressos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, adquiriam um peso muito superior no cenário mundial. Hoje, os países que não fazem parte do G-8 representam nada menos que 70% da população e 60% da economia do mundo. Mas a ordem política global continua tão monopolizada e restritiva quanto no inicio da guerra fria. A maioria dos países do mundo está excluída dos verdadeiros espaços de decisão. É injustificável, por exemplo, que a África e a América Latina não tenham nenhum membro permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ou que a Índia esteja fora dele. A governança global precisa refletir o mundo contemporâneo. O Conselho de Segurança só será plenamente legítimo e democrático – e acatado por todos – quando as várias regiões do mundo participarem dele, e os seus membros não defenderem apenas os próprios interesses geopolíticos e econômicos, mas representarem efetivamente o anseio de todos os povos pela paz, a democracia e o desenvolvimento.

Esse episódio e outros semelhantes apontam também para uma questão crucial: a necessidade de uma governança democrática para a internet, de modo que ela seja cada vez mais um terreno de liberdade, criatividade e cooperação – e não de espionagem.


Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente do Brasil

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Mensalão AP 470, STF, Julgamento Medieval






sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Baía do Guajará - em Belém do Pará

A baía do Guajará, banha diversas cidades do estado brasileiro do Pará, inclusive sua capital, Belém. Foi formada pelo encontro da foz do rio Guamá com a foz do rio Acará.

Amazon Web – Fórum de Comunicação Digital da Amazônia

Representando o Blog da Dilma juntei-me ao ativismo digital paraense e brasileiro, com blogueiros, militantes do movimento social, comunicadores populares, radialistas, estudantes e professores, nos dias 01 e 02 de Setembro no Primeiro Fórum de Ativistas Digitais do Pará (AmazonWeb) que aconteceu em Belém no Hotel Gold Mar, contribuindo para o debate sobre internet livre, comunicação digital e acesso à informação.
O evento foi realizado pelo SUCESU - Pará (Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicação) com o apoio da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e patrocinado pelo CGI - Comitê Gestor da Internet.
Diógenes Brandão – carinhosamente chamado de Jimmy – juntamente com Vera Paoloni, se esmeraram na organização do evento, juntamente com várias entidades e movimentos da sociedade civil.

Debates sobre a comunicação na Amazônia, redes sociais, Democratização da Comunicação no Brasil e os avanços da web e governança, permearam o evento através de desconferências, oficinas e rodas de conversa.
As desconferências tiveram como temas: Blogosfera e Ativismo nas Redes Sociais; O Software Livre é simples, melhor e mais barato ; Mídia Ninja: Comunicação em Rede; Os Movimentos Sociais e a luta pela contrainformação.
Conceição Oliveira (BlogMariaFrô), Diógenes Brandão (As Falas da Pólis); Sergio Bertoni (Blogosfero), Antonio Carlos Melo da Silva (ASL-PA); Rafael Vilela (Pira) do Fora do Eixo, Vera Paoloni/CUT e CTB/Jose Marcos (Marcão) foram facilitadores dessas desconferências
Duas oficinas foram realizadas: “Construa seu próprio Blog e suas redes sociais” com Tatiane Pires e “Produção de revistas e mídias digitais” com Carlos Pará (PZZ) e Rosinaldo Pinheiro (Turma do Açaí).
As rodas de conversa tiveram a participação dos jornalistas Dimas Roque(BA) e Lidyane Ponciano (MG), do Coletivo Casa Preta e Mocambos, Coletivo Fora do Eixo, Alex Capuano (CUT Nacional) e Michael Rosa/MG.
Os temas foram: Liberdade de Expressão, os Meios de Comunicação e o papel da Internet; Afrociberdelia com Periferia Digital, Coletivos e Casas de Cultura Digital.
Movimentos como o Marajó Forte e Movimento de Mulheres se destacaram com os relatos sobre as dificuldades de acessos nas comunicações na região que é ainda privilégio de poucos.

Na Plenária final foi aprovada a Carta da Amazônia que ressalta o apoio dos ativistas paraenses ao modelo de governança da Internet brasileira, a necessidade de apoio à aprovação do Marco Civil e reforço em ações para que a rede continue livre. O texto aponta ainda que a inclusão digital deve chegar ao interior do Estado e abranger povos nativos como quilombolas e índios.
A Carta foi lida no Fórum da Internet do Brasil.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A hora da ação política

A lenta retomada da economia global e os seus enormes custos sociais, especialmente nos países desenvolvidos exigem uma corajosa mudança de atitude. É preciso identificar com clareza a raiz da crise de 2008, que em muitos aspectos se prolonga até hoje, para que os líderes políticos e os órgãos multilaterais façam o que deve ser feito para superá-la.

A verdade é que, no dia 15 de setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers pediu concordata, o mundo não se viu apenas mergulhado na maior crise financeira desde a quebra da Bolsa de Nova York em 1929. Viu-se também diante da crise de um paradigma.

Outros grandes bancos especuladores nos Estados Unidos e na Europa só não tiveram o mesmo destino porque foram socorridos com gigantescas injeções de dinheiro público. Ficou evidente que a crise não era localizada, mas sistêmica. O fracasso não era somente desta ou daquela instituição financeira, mas do próprio modelo econômico (e político) predominante nas décadas recentes. Um modelo baseado na ideia insensata de que o mercado não precisa estar subordinado a regras, de que qualquer fiscalização o prejudica e de que os governos não tem nenhum papel na economia, a não ser quando o mercado entra em crise.

Segundo este paradigma, os governos deveriam transferir a sua autoridade democrática, oriunda do voto – ou seja, a sua responsabilidade moral e política perante os cidadãos – a técnicos e organismos cujo principal objetivo era o de facilitar o livre trânsito dos capitais especulativos.

Cinco anos de crise, com gravíssimo impacto econômico e sofrimento popular, não bastaram para que esse modelo fosse repensado. Infelizmente, muitos países ainda não conseguiram romper com os dogmas que levaram ao descolamento entre a economia real e o dinheiro fictício, e ao círculo vicioso do baixo crescimento combinado com alto desemprego e concentração de renda nas mãos de poucos.

O mercado financeiro expandiu-se de modo vertiginoso sem a simultânea sustentação do crescimento das atividades produtivas. Entre 1980 e 2006, o PIB mundial cresceu 314%, enquanto a riqueza financeira aumentou 1.291%, segundo dados do McKinseys Global Institute e do FMI. Isso, sem incluir os derivativos. E, de acordo com o Banco Mundial, no mesmo período, para um total de US$ 200 trilhões em ativos financeiros não derivados, existiam US$ 674 trilhões em derivativos.

Todos sabemos que os períodos de maior progresso econômico, social e político dos países ricos durante o século XX não tem nada a ver com a omissão do Estado nem com a atrofia da política.

A decisão política de Franklin Roosevelt, de intervir fortemente na economia norte-americana devastada pela crise de 1929, recuperou o país justamente por meio da regulação financeira, o investimento produtivo, a criação de empregos e o consumo interno. O Plano Marshall, financiado pelo governo norte-americano na Europa, além de sua motivação geopolítica, foi o reconhecimento de que os EUA não eram uma ilha e não poderiam prosperar de modo consistente num mundo empobrecido. Por mais de trinta anos, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o Welfare State foi não apenas o resultado do desenvolvimento mas também o seu motor.

Nas últimas décadas, porém, o extremismo neoliberal provocou um forte retrocesso. Basta dizer que, de 2002 a 2007, 65% do aumento de renda dos EUA foram absorvidos pelos 1% mais ricos. Em quase todos os países desenvolvidos há um crescente número de pobres. A Europa já atingiu taxas de desemprego de 12,1% e os EUA, no seu pior momento, de mais de 10%.

O brutal ajuste imposto à maioria dos países europeus – que já foi chamado de austericidio – retarda desnecessariamente a solução da crise. O continente vai precisar de um crescimento vigoroso para recuperar as dramáticas perdas dos últimos cinco anos. Alguns países da região parecem estar saindo da recessão, mas a retomada será muito mais lenta e dolorosa se forem mantidas as atuais políticas contracionistas. Além de sacrificar a população europeia, esse caminho prejudica inclusive as economias que souberam resistir criativamente ao crack de 2008, como os EUA, os BRICS e grande parte dos países em desenvolvimento.

O mundo não precisa e não deve continuar nesse rumo, que tem um grande custo humano e risco político. A redução drástica de direitos trabalhistas e sociais, o arrocho salarial e os elevados níveis de desemprego criam um ambiente perigosamente instável em sociedades democráticas.

Está na hora de resgatar o papel da política na condução da economia global. Insistir no paradigma econômico fracassado também é uma opção política, a de transferir a conta da especulação para os pobres, os trabalhadores e a classe média.

A crise atual pode ter uma saída economicamente mais rápida e socialmente mais justa. Mas isso exige dos líderes políticos a mesma audácia e visão de futuro que prevaleceu na década de 1930, no New Deal, e após a II Guerra Mundial.

É importante que os EUA de Obama e o Japão de Shinzo Abe estejam adotando medidas heterodoxas de estímulo ao crescimento. Também é importante que muitos países em desenvolvimento tenham investido, e sigam investindo, na distribuição de renda como estratégia de avanço econômico, apostando na inclusão social e na ampliação do mercado interno. O aumento de renda das classes populares e a expansão responsável do crédito mantiveram empregos e neutralizaram parte dos efeitos da crise internacional no Brasil e na América Latina. Investimentos públicos na modernização da infraestrutura também foram fundamentais para manter as economias aquecidas.

Mas para promover o crescimento sustentado da economia mundial isso não é suficiente. É preciso ir além. Necessitamos hoje de um verdadeiro pacto global pelo desenvolvimento, e de ações coordenadas nesse sentido, que envolvam o conjunto dos países, inclusive os da Europa.

Políticas articuladas em escala mundial que incrementem o investimento público e privado, o combate à pobreza e à desigualdade e a geração de empregos podem acelerar a retomada do crescimento , fazendo a roda da economia mundial girar mais rapidamente.

Elas podem garantir não só o crescimento, mas também bons resultados fiscais, pois a aceleração do crescimento leva à redução do déficit público no médio prazo. Para isso, é imprescindível a coordenação entre as principais economias do mundo, com iniciativas mais ousadas do G-20. Todos os países serão beneficiados com essa atuação conjunta, aumentando a corrente de comércio internacional e evitando recaídas protecionistas.

A economia do mundo tem uma larga avenida de crescimento a ser explorada: de um lado pela inclusão de milhões de pessoas na economia formal e no mercado de consumo – na Ásia, na África e na América Latina – e de outro com a recuperação do poder aquisitivo e das condições de vida dos trabalhadores e da classe média nos países desenvolvidos. Isso pode constituir uma fonte de expansão para a produção e o investimentos mundiais por muitas décadas.


Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente do Brasil

domingo, 7 de julho de 2013

Queremos médicos nas regiões pobres

.
Em 5 de julho fiz aniversário. O assunto dominante eram as manifestações dos médicos entre tantas outras. Como venho há algum tempo refletindo sobre o corporativismo que tem se sobreposto aos interesses da população e por estar aniversariando fiz uma retrospectiva da minha vida em relação aos cuidados de saúde.

Nasci em 1965 na Vila Retiro – Caxitoré, a época distrito de Itapagé, hoje Tejuçuoca-CE. Fui a segunda de quatro partos vaginais, em casa assistido por parteira. Até os 7 anos permaneci no Retiro com minha família e o meu pai era quem nos medicava. Havia uma farmácia básica em casa (Quemicetina para infecções , merthiolate e água oxigenada para ferimentos, pomada oftálmica de terramicina para “dordolho”, e outros itens que não recordo).

Quando havia uma intercorrência mais séria (meu irmão aos 4 anos sofreu um coice de cavalo e partiu o lábio) nos deslocávamos para Fortaleza onde contávamos com os familiares médicos. No sertão, sem energia elétrica, sem água encanada, sem médicos, passei quase toda minha infância. Morria de medo de ser picada por cobra (na casa do meu avô paterno havia soro antiofídico, principalmente o anticrotálico contra picadas de cobra cascavel). Tive várias doenças consideradas comuns da infância, como catapora, tosse-braba (coqueluche), sarampo... e a primeira vacina que me recordo ter tomado foi contra meningite quando eu já tinha uns 10 anos.

Aos 7 anos fui estudar em Itapagé no Colégio das freiras cordimarianas. A partir dessa data, o meu pai deixou de ser o meu “doutor”. Aos 13 anos vim morar em Fortaleza e tive acesso normal aos serviços médicos embora só tenha sido internada aos 25 e 28 anos, nos meus dois partos (vaginais) e não demorei nem 12 horas na maternidade.

Nesses quase 50 anos, minha terra natal se urbanizou (passou a ter energia elétrica, água encanada – esse ano quase entra em colapso por conta da estiagem – escola com ensino fundamental e médio, Posto de Saúde, ruas calçamentadas, praça, quadra de esportes, etc) porém a Estratégia Saúde da Família que tem uma equipe com sede no Centro de Saúde da Família do Caxitoré passa a maior parte do tempo sem médico, tão grande é a rotatividade dos profissionais.
Vale ressaltar que é uma localidade a 115 km de Fortaleza (meu pai percorre esse trajeto três vezes por semana para realizar Terapia Renal Substitutiva – hemodiálise), portanto creio que a dificuldade em recrutar médicos seria amenizada com a importação dos médicos estrangeiros.

É evidente que as cidades desenvolvidas são bem mais atrativas e os profissionais são livres para optarem onde querem viver e trabalhar, contudo não acho correto impedir que outros médicos possam vir dar assistência a essa população carente e que merece ser cuidada.

A Atenção Básica precisa ser fortalecida para evitar o grande fluxo de pacientes nos hospitais secundários e terciários. O maior problema resulta na falta de médicos haja visto que os outros profissionais da Estratégia Saúde da Família geralmente preenchem as vagas tão logo elas surgem.

Precisamos cuidar das diarréias, das infecções respiratórias, dos hipertensos e diabéticos, das tuberculoses, hanseníases, da saúde da mulher, da saúde da criança, da saúde do homem, das doenças crônicas... precisamos prevenir doenças e promover saúde estimulando hábitos saudáveis.

Contamos com enfermeiras, dentistas, auxiliares e técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde.
Faltam médicos.
Que venham os médicos cubanos, espanhóis e/ou portugueses!
Completem as equipes de Saúde da Família para que tenhamos uma atenção básica resolutiva, eficiente e eficaz!