terça-feira, 29 de novembro de 2011
“As filhas do Mota são igual homem”
Essa frase foi proferida por um amigo da família no dia do casamento da minha irmã em conversa com o noivo. Rimos bastante quando meu cunhado nos contou e hoje mais do que nunca vejo como são verdadeiras essas palavras.
Ultimamente tenho me dedicado mais as questões feministas e tenho refletido sobre a importância do meu pai no alicerce da mulher autônoma e empoderada (igual homem) que julgo ser.
Homem do campo, de pouca escolaridade, porém autodidata e sábio, meu pai é a maior figura de discurso machista e de prática feminista que conheço.
Jorge Mota sempre foi grande companheiro da esposa a quem sempre apoiou em todas aspirações e nunca cobrou as obrigações de dona-de-casa tão culturalmente esperadas das mulheres.
Pai de quatro filhos (dois homens e duas mulheres), jamais os submeteu a castigos físicos e sempre tratou a todos com igualdade. A obrigação era estudar, se graduar e trabalhar para conquistar autonomia.
Qualquer tentativa dos filhos homens em interferir na vida das irmãs era rechaçada firmemente. Moramos alguns anos juntos em Fortaleza sem a presença de nossos pais e por maior que fosse o conflito no calor das discussões de adolescentes e jovens, jamais nenhum irmão ousou levantar a mão para mim ou minha irmã.
Dos quatro fui a primeira a casar e tive duas filhas. Meu marido foi um grande companheiro e jamais me podou ou subjugou. Após 6 anos de casada ele teve um problema de saúde e virou um filho excepcional.
Após essa fatalidade, tive de fortalecer cada vez mais a feminista que vive em mim. Passei a ser a chefe da família (com uma filha de 5 anos, outra de 2 anos e um bebezão que não cresce e só regride) e com o apoio da minha família e da família dele conquistei meu espaço de mulher, mãe, profissional, ativista ... enfim como diz Milton Nascimento: “... uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...”
Nessas datas pontuais de combate ao machismo e a violência contra a mulher agradeço muito a meu pai por não me tornar vulnerável a tudo isso e as minhas filhas que hoje jovens, são libertárias e guerreiras.
Oxalá todas as mulheres do mundo tenham no seio familiar a força para lutar contra a opressão do machismo!
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