sábado, 7 de janeiro de 2012

Capitão Wagner: primeiras impressões.

por Ricardo Alcântara
PAUTA LIVRE


Por acaso, alguns meses atrás, conheci o capitão Wagner, bem antes da deflagração do movimento grevista dos policiais militares. Por me ter sido apresentado como suplente de deputado, me motivei ao diálogo.

Nele, logo chamou atenção uma discrepância entre a aparência, muito jovem, e sua expressão amadurecida: nas marcas precoces da decepção, uma severidade incomum. Não o vi sorrindo e não acho isso um bom sinal.

Da sacrificada vida de policial, falou com amargura, mas serenidade. Notei que ali estava um forte: seu relato cumpria um discurso objetivo demais para a carga de repercussões subjetivas que incidiam sobre o problema.

Sobre aquilo, me pareceu alguém mais motivado pela determinação do combate do que pela revolta. Tinha jeito de cabrito bom, desses que só berram na hora certa. Mas não sorria (não é bom sinal).

Percebi nele uma característica típica das pessoas com perfil de liderança: estava convencido de que os problemas o afetavam menos do que à maioria de seus colegas. Havia desistido de reclamar na primeira pessoa do singular.

Logo, quando estourou a greve, não me surpreendi nada, ao saber que aquele rapaz era o mesmo capitão Wagner que despontava então como líder do movimento dos policiais: o perfil já estava escrito na sua expressão.

Agora, fico sabendo pelos jornais que há uma movimentação partidária para fazê-lo candidato a prefeito. Trata-se de um equívoco. Reduz uma liderança social ainda emergente à dimensão mais restrita de um projeto eleitoral.

Não é um parto. É um aborto, a tentativa de capitalizar para os projetos de poder de um grupo político específico o potencial de uma liderança forjada nos momentos dramáticos tão recentes de uma crise social com aquela dimensão.

O capitão Wagner é militante partidário e tem todo o direito de alimentar aspirações dessa ordem. Mas deveria, antes, ampliar seu potencial de representação social para outros segmentos. Afinal, há tempo para tudo.

O oportunismo o diminuiria, capitão. Se pretende mesmo crescer como uma nova referência, observe: os ventos estão mudando de direção. Faça o novo de um jeito novo. E sorria. Afinal, você venceu.

9 comentários:

  1. Conheci o Capitão quando fiz aulas para um determinado concurso, seu jeito sério é marcante embora já tenha o visto sorrindo..., sua inteligência tb impressiona muito. Creio q ele saiba q ñ seja a hora de um passo tão grande como o q estão divulgando.

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  2. Acho perfeitamente o Capitão Wagner mais palatável do que o Poste sem Luz que a senhora Luizianne Linz Prefeita de Fortaleza tenta empurrar de goela abaixo da população, o referido Capitão deu motivos de sobra de sua Competência, organizou uma Greve que todos achavam impossível e nela não acreditavam, tem visibilidade no pouco tempo que estar como Deputado, ou seja, tem luz própria e não precisa de escada para aparecer, como é o caso de Waldemir Catanho que não passa de uma sombra da Prefeita, ninguém o conhece a não ser parte dos bajuladores da Prefeita ou pessoas que fazem parte da administração Municipal, realmente é um “poste sem Luz” na forma literal da palavra, não tem luz própria. Não discuto no momento a capacidade administrativa nem a competência de ambos para se tornarem Prefeito de Fortaleza, mas parece que competência e experiência administrativa também não era o forte de nossa estimada Prefeita Luizianne, pois ela nunca antes nesta cidade tinha assumido um cargo administrativo, pelo menos que eu saiba! Rogo aos Deuses que ilumine a cabeça dos que hoje comandam o PT de Fortaleza que coloquem um candidato mais popular, mais conhecido, não entreguem de mãos beijadas a Prefeitura de Fortaleza a um aventureiro do tipo Moroni, que tenham sabedoria na escolha do seu candidato e não se submetam aos delírios de nossa Prefeita, ela não é o PT, o partido é muito maior do que ela.

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  3. Excelente artigo Alexandrina. Na verdade estão querendo transformar o Capitão Wagner em espécie de Capitão Nascimento. Realmente ele ganhou forças junto aos militares fazendo uma verdadeira revolução na PM. De outro lado, as pessoas não enxergão o tamanho da irresponsabilidade na qual o Capitão teve ao fazer tal paralisação. Responsável, sensato e que está de parabéns é o General Gomes de Mattos, comandante da 10ª Região Militar. Ele sim, foi equilibrado e em favor da sociedade civil, evitando um confronto entre Exército e Polícia Militar. Ali sim seria declarada uma guerra civil em nossa cidade e um confronto sangrento. Meus parabéns ao General Gomes de Mattos da 10ª RM pelo seu empenho junto à sociedade.

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  4. Bom, se fosse uma guerra entre o exercito e a policia militar não poderia ser uma guerra civil, seria uma guerra militar! KKKKK

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  5. Lógicamente q se tivermos q escolher entre ele e Moroni, ficaremos com ele com certeza! Então meu apoio ao Wagner sempre.

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  6. 1)"Tinha jeito de cabrito bom, desses que só berram na hora certa. Mas não sorria (não é bom sinal)."


    Como pode alguém fazer juízo de valor sobre outra somente porque acha que a pessoa não sorri?

    2)"Logo, quando estourou a greve, não me surpreendi nada, ao saber que aquele rapaz era o mesmo capitão Wagner que despontava então como líder do movimento dos policiais: o perfil já estava escrito na sua expressão."

    Dra Alexandrina a senhora é um Gênio da psicologia, a senhora traçou o perfil sociológico e psicológico do Capitão só em olhar para ele e num pequeno espaço de tempo!

    3)"Agora, fico sabendo pelos jornais que há uma movimentação partidária para fazê-lo candidato a prefeito. Trata-se de um equívoco. Reduz uma liderança social ainda emergente à dimensão mais restrita de um projeto eleitoral".


    Aqui a Sra se supera, a Sra chega a uma conclusão muito rápida que se ele for candidato esta candidatura seria um equívoco, vem cá, com que ferramenta a senhora mediu o capitão para chegar a esta conclusão?


    4)"O oportunismo o diminuiria, capitão. Se pretende mesmo crescer como uma nova referência, observe: os ventos estão mudando de direção. Faça o novo de um jeito novo. E sorria. Afinal, você venceu."


    Neste final do seu texto a senhora volta a se superar, a senhora simplesmente usando a sua larga escala de conhecimento sociológicos a senhora dar uma aula, dar a dica, aponta a estrada, atua como uma verdadeira bússola em seu conselho a este inexperiente e pouco hábil capitão.

    Porque a senhora não utiliza seus extraordinários conhecimento e convence a sua Prefeita que o candidato QUE ELA ESTAR TENTANDO ENFIAR DE GOELA ABAIXO é UM desconhecido da população de Fortaleza, nunca foi candidato a nada, não tem nenhuma projeção POLÍTICA ALGUMA e não passa realmente de "UM POSTE SEM LUZ"!!! Será que o pau que bate em Chico não serviria para bater em Francisco? O que Catanho tem a mais do que o Capitão Wagner que pode ser candidato a Prefeito de Fortaleza e o Capitão não tem?

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  7. CARO TARCISIO,
    ESSE ARTIGO FOI ESCRITO PELO RICARDO ALCÂNTARA CONFORME POSTEI NO INÍCIO, PORTANTO NÃO TENHO COMO RESPONDÊ-LO.
    Reafirmo que acredito no projeto político que hoje tem a frente a prefeita Luizianne Lins o que já é do conhecimento de tod@s pelo teor do que aqui neste blog publico.
    Aproveito para agradecer sua participação no meu Blog, afinal é um espaço de discussão.
    Alexandrina Mota

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  8. Me desculpe Alexandrina, não tinha notado que a autoria do texto não era seu, transfiro tudo que postei para o autor do texto, mas, acho que a senhora deve compactuar com o conteúdo dele,pois se assim não fosse não teria publicado em seu blog!

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  9. Tarcisio, realmente achei o texto interessante por isso o publiquei. Já com expectativa de leitores contra e a favor do que está escrito. Não conheço o Capitão Wagner e as impressões que tenho são boas porque tenho uma amiga que é vizinha dele e tece muitos elogios. Porém discordo de greve de policiais pelo grande risco que a população corre (são pessoas armadas que a qualquer descontrole pode haver carnificina). Nesse caso acho que a atuação do capitão Wagner com firmeza e disciplina foi preponderante na condução do movimento para evitar violência como ocorreu na última greve da PM do Ceará há anos.

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