sábado, 5 de maio de 2012
A SECA
Meu pai tinha um irmão muito excêntrico que morreu há anos. Suas histórias se tornaram folclore. Raimundo Estêvão é lembrado até hoje com alegria e humor. Abaixo uma de suas espontaneidades:
No início dos anos 80 uma longa estiagem ocorreu no Ceará.
Raimundo Estêvão sempre chegado a terra, trabalhava firme na fazenda Xixá de sua propriedade.
Em visita a Apuiarés a poucos quilômetros do Xixá encontra uma equipe de repórteres que realizavam uma matéria sobre a estiagem.
O rio Curu, já perenizado a partir do açude General Sampaio permanecia com as margens verdes e com água corrente.
A repórter buscando histórias catastróficas e alarmistas se dirige a Raimundo Estevão para entrevistá-lo:
- Senhor, é verdade que por aqui estão comendo calangos?
Raimundo Estevão responde:
- Minha bichinha, calango eu não sei não, mas gente tão comendo é a fole nessa beira de rio.
Diante dessa resposta a repórter deu por encerrada a entrevista e não quis mais conversa com o irreverente senhor.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário